sexta-feira, 22 de abril de 2011


Na noite seguinte havia acordado ainda com o céu avermelhado, não dormi muito bem... Havia sonhado com Armand e Ammy, havia fogo e gritaria, e Armand aparentemente á protegia de mim... Um sonho confuso, até agora...
Pois bem!
Levantei-me, tomei um demorado banho, troquei-me e saí , com direção á casa de Ammy.
Estava trajando uma sobrecasaca de couro preta, calças jeans de marca, uma camisa social preta, e um lenço vermelho jogado sobre o pescoço, meus sapatos era sociais pretos... No caminho pensava sobre Ammy, minha pequena Ammy... Por que ela provocava tanto desejo mortal em mim? Como ela havia nascido de uma vampira? Como?
-Lestat? – ouvi uma voz doce atrás de mim...
Ao virar-me, era Ammy, com toda sua beleza... Os olhos negros, agora maquiados com um lápis preto, os cabelos lisos, agora cacheados, e um vestido levemente curto com estilo vitoriano, saia rodada, e mangas longas; nos pés, sapatos delicados, como o de uma boneca de porcelana... Minha boneca!  Minha boneca viva! Mais do que nunca quis toma-la á mim e penteá-la... Beijá-la e se possível, possuí-la como um mortal faria, fazendo-a gritar de prazer...
-Minha beldade... – Sorri.
-Lestat... – Ela sorriu
-Ora, Ora, Ora... Quem vejo aqui! – Uma voz levemente conhecida surgia de trás de Ammy.
Um homem a acompanhava... Havia ficado tão hipnotizado com Ammy que não notara o homem... Tinha cabelos castanhos que lhe cobriam a face...
-Faz tempo de mais não é? Seu demônio egoísta...
Aquela voz...
Soava em minha mente junto ao som de um violino, aquele violino no bulevar temple... Nicolas! Meu belo Nicolas! Como? Ele havia se matado! Impossível...
Olhei para ele atônito  e com certo medo, eles estava vestido com esplêndido casaco de brocado rosa e dourado, usava sapatos com saltos dourados e colarinho com camadas de renda italiana. Só seus cabelos estavam como costumavam ser, escuros e muito ondulados, o que lhe dava uma aparência infantil por alguma razão, embora estivessem presos atrás com uma elegante fita de seda.
-Reconhece essas roupas Lestat?São idênticas as que usei certa vez, quando fui parabenizá-lo pelos malditos lobos...– Ele disse com um olhar quase maléfico, igual aquele do teatro dos vampiros... Enquanto ele tocava e dançava cercado daquelas beldades demoníacas que quase o adoravam.
Quis abraçá-lo e beijar sua face, perguntar como estava vivo... Mas não o fiz, ele certamente me jogaria longe. Como o meu precioso Nicolas estava vivo?
-Como? – Balbuciei.
- Monsieur... – Ele disse rindo em um tom histérico.  – Realmente acreditou naquela maldita carta? Eleni mentiu! Ele mentiu para você, Armand e todos os outros!- Ele riu de maneira a me assustar.
Algo tomou conta de mim, senti meus olhos encherem-se de lágrimas, das minhas lágrimas avermelhadas; senti-me temer... Tremer de medo, ressentimento, pavor, e acima de tudo alivio... Aquele não era o meu Nicolas de Lenfent humano, mas o Nicolas de Lenfent imortal... Aquele que havia sido um erro, mas que ainda era um dos meus grandes amores.
-Por quê? – Perguntei.
Ammy olhava meu rosto com certo susto, ela abraçou-me como se pudesse proteger-me dos horrores que Nicolas provavelmente viria a falar, sua cabeça sobre meu peito, seu corpo sobre o meu, minha pequena beldade estava tentando me proteger de algo que eu não sabia.
-Por quê? – Novamente aquela risada estridente. – Ora Lestat, achou que iria viver na sombra de seus joguinhos por mim mesmo?Não! Eu não suportei ser mais uma das suas desprazíveis marionetes! – Ele disse.
Algo me cortou por dentro, aquilo realmente era verdade? Não poderia ser... Eu nunca os tratei como marionete.
-Nunca? Tem certeza Lestat? Nunca cuidou para que as coisas saíssem como VOCÊ queria? – Ele disse.
Nicki lia meus pensamentos como se fosse um livro aberto, percebi que era quase automático para ele.
-Você não é o único com truques, querido. – Ele disse com ironia. – Nem o único com trunfos.
-Do que está falando? – Meus olhos tornaram-se firmes.
-Será que realmente não sabe? “Vampiro Lestat”?
-Vá ao inferno! – Pensei.
-Só se for ao seu lado meu Principe das trevas!
-Anda me seguindo? – Perguntei.
-E preciso? Sua vida anda mais comentada entre nós vampiros do que os Cullen.
-Maldito...
-Por sua causa meu caro!
Quis lhe jogar contra a parede e lhe esmurrar até ele chorar!Até ele gritar, implorar para eu parar, mas não o fiz, pois Ammy havia me havia me abraçado com mais força.
-Calma Lestat... –Ela sussurrou.
-E a princesa? – Ele disse aproximando de Ammy e acariciando seus cabelos. – Você está encantado não é? Encantados por essa minha pequena perfeição... – Nicolas sorriu sarcasticamente e aproximou seus lábios dos dela, levemente.
-Afaste-se. – Mandei.
Ele me enganou, insultou e como se não bastasse, vinha provocar-me aproximando-se de minha Ammy.
Mil formas de matá-lo invadiram minha mente.
Ele riu.
Senti uma raiva pulsar em meu corpo, e sem pensar duas vezes acertei-lhe um soco do rosto.
-Lestat não! Vá embora! – Ammy dizia.
Ele ainda ria.
-o lendário vampiro Lestat agora não passa de uma marionete para uma pequena criança! – ele disse ainda rindo.
-Cala á boca! – Gritei.
-Lestat, precisamos conversar... Vamos... – Ela sussurrou.
Fiquei parado, encarando Nicolas... No que ele havia se transformado... No que EU havia o transformado.
Droga!
Senti meu corpo se contrair para atacá-lo, mas estávamos em um local público. Esmurrar Nicolas ali até desfigurá-lo não seria uma boa idéia.
Deixei Nicolas ali rindo e tomei Ammy nos braços e corri para o cemitério mais antigo da cidade.
A coloquei em cima de um mausoléu de uma das famílias mais influentes na cidade, ela estava sentada como uma bela boneca , embora naquele momento não tinha humor para admira-la
-Fale! – Eu disse.
-Lestat, precisa entender... –A voz dela era rouca.
-Entender o que? Que sou o único que não sabe o que está havendo?
-Eles preferiram esconder de você...
-Eles quem? – Gritei.
Senti uma presença, não era humana.Nicolas certamente, por isso não me importei.
-Armand... e os outros– Ela disse sussurrando.
-Quem?
-Vampiros mais poderosos que você Lestat, aquele que ninguém pode controlar. A Elite vampirica. – Era a maldita voz de Nicolas que dizia isso. – Ora Lestat, nunca soube deles...?
-Isso me soa mais como uma daquelas  histórias ridículas de Stephanie Meyer. – Resmunguei.
-Isso!Digamos que a sociedade vampirica vem se modifiando com o tempo...– Disse Nicolas!
-O tempo te deixou maluco Niki... – Resmunguei.
-Ele tem razão... Eles existem Lestat... – Disse Ammy.
-Como?
-A maldita realeza vampirica existe! – Ele riu. – E foram eles que deram vida á sua pequena beldade.
-Como?
-Ora Lestat, achou que Ammy era uma humana qualquer! Não! Ela é uma vampira! – nicolas gritou.
-Que? Como vampira?
-Deixe-me explicar Nicki! – Ammy gritou.
-Pouco importa-me quem explicará, com quanto que eu entenda!
-Sua bonequinha de porcelana não passa de uma cobaia! – Nicholas gritou.
-Cale á boca! – Ammy gritou.
Eu estava confuso.Queria que ambos se calassem, embora ainda queria ouvi-los explicar.
-Os Volturi e Armand, há mais ou menos dezesseis anos atrás se uniram para criar uma espécie nova de vampiros, que não precisa de humanos. – Disse Ammy levemente.
-Para isso, usaram a mãe de Ammy, que era uma grande amante do inútil do Armand. – completou Nicholas com desdém.
-Enquanto ela era humana eles arrancaram alguns de seus óvulos e a transformaram, depois devolveram-lhes os óvulos e surpreendentemente eles não morreram, e o organismo dela continuou a funcionar.
-Daí ela engravidou do canalha do pai da Ammy. – Disse Nicholas.
Mas como ele chinga! O tempo realmente apenas enlouqueceu mais Nicholas! Ele tornou-se um perfeito maluco!
-Mas o DNA vampiro permaneceu.
Suspirei.
Isso era novidade demais para mim. Como uma vampiro poderia engravidar? O que era isso? Vampirismo versus ciência?
-Então você é uma vampiro? – Perguntei á Ammy.
-Teoricamente – Respondeu Nicholas.
-que você é uma vampiro eu já sabia, Nicholas. – Respondi irritado.- boneca... – Eu disse virando-me para
-MINHA boneca. – Corrigi Nicholas.
-Ela é como uma lagarta está nessa forma mortal até o momento ideal, após isso... ela se fechará em seu  casulo e desabrochará, como nossa borboleta, como nossa rainha das trevas...  – Nicholas dizia isso admirando Ammy, realmente como um súdito faria com uma rainha.
-Esse experimento já foi realizado antes... e... – Ammy olhou para mim. – todas morreram no momento da transformação.
Simplesmente inaceitável! Eu não deixaria minha Ammy morrer! Atiraria-me no fogo para salva-la sairia em plena luz do dia, para lhe ter em meus braços, beijar-lhe a face e como já disse... a possuir.Realmente eu sou nojento não sou? Grotesco. Um vampiro de duzentos anos, tendo fantasias com uma garota de 15... Isso é algo realmente horrível! Ora Lestat, e ainda diz que quer ser santo!Ao lado de Ammy, quero me afogar em luxuria e que a maldita santidade vá ao inferno!
Entendam... Eu estava encantado!Naquele momento, ela era meu alfa e meu ômega... Uma sensação que me assustava, uma sensação simplesmente avasaladora! Mais que a que senti por Rowan ou por qualquer um! Isso me assustava e as vezes me inojava, as vezes me sinto um verdadeiro monstro... Aquele malfeitores que abusam de crianças!- Ah se cabesse a mim julgar esses... Voltaríamos a idade media!- Me sinto como se fosse um, mas algumas vezes... quando estamos apenas eu e Ammy, eu sinto-me como um louco apaixonado, nada mais e nada menos... um louco apaixonado... Afinal, o que sou? Um louco apaixonado ou um pedofilo desgraçado? Ora, Eu sou Lestat!
Mas voltando a historia...
Peguei Ammy no colo, a colocando em minha frente em pé...
-mas com você será diferente... – balbuciei.
-não. – ela retrucou.
Abracei-a.
Isso não podia ser real.Ammy não poderia morrer certo?
-Ora, o maldito demônio está tristinho! – Disse Nicholas com desdém.
Nunca desejei tanto que Nicholas estivesse morto.
Virei-me com rapidez e segurando-o pelo colarinho o arremessei para longe, mas infelizmente ele logo voltara à posição inicial.
-Vá ao inferno! – Eu disse á Nicholas.
-Tarde de mais, eu já estou nele! – Ele retrucou.
Honestamente, eu não conseguiria digerir tudo aquilo tão rapidamente... Senti um momento de loucura dominar meu corpo. Virei-me de costas para Nicolas e Ammy, estava disposta à sair Dalí e abandonar ambos e foi o que fiz. Pude sentir a tristeza de Ammy em meu corpo, mas aquilo não me importava mais... Não deixava de pensar que eles estavam brincando comigo, um verdadeiro jogo no qual eu só era a marionete. Um vampiro não poderia respirar, ter relações e muito menos quem dirá ter filhos! Mandei todos para o inferno  e dei-lhes as costas.
Saí Dalí o Maximo que podia, sem me importar com os mortais e em segundos já estava em casa.

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