sábado, 24 de julho de 2010

Certamente necessito regular melhor meus horário, e será isso que farei... mas para quem tem a eternidade, de que vale o tempo?

Pois bem, se minha memória não falha, paramos a história após minha primeira conversa com Ammy. Ah sim...

Após aquele dia, visitei Ammy constantemente, e é o que tenho feito até hoje, meu desejo por ela não diminuiu, muito menos cessou, e ainda é desconhecido para mim.A cada noite em que nos encontrávamos, descobria mais um pouco sobre aquela pequena boneca.Certa vez, eu a encontrei ouvindo uma de minhas antigas musicas.

-Canta bem, Sr Lestat. – Ela disse quando me viu na janela.

-Também não fica atrás.

-Mas ainda falta alguma coisa... Ah sim, o som doce e harmonioso do violino.

-Violino? Em um Rock? – Perguntei arqueando uma das sobrancelhas ( Devo admitir, estou muito mal informado das tendências de musica modernas.)

-Sim, exatamente.

Sorri.

-Ammy. – A chamei adentrando no seu quarto.

-Diga. – Ammy se levantou, pegou seu note book e deitou-se novamente na cama, daquele modo sensual que eu tanto apreciava.

-Como teve contato com... os vampiros?

Ela abriu um sorriso malicioso, que logo, transformou seu rosto doce de adolescente em um perfeito deslumbre do mal. Eu ri internamente.

-Sempre tive esse... “contato”, se é assim que o senhor quer chamar. – Novamente aquele sorriso malicioso sagaz.

-Sempre?

-Sim. Desde que me conheço por gente.

-O que não faz muito tempo seja sincera. – Eu gargalhei como uma criança de minha própria piada, um ato bobo, eu sei. Mas ri.

-Ei!- Ela disse rindo e me jogou um travesseiro. – A questão é, desde quando nasci vivo nesse mundo “oculto”.

-Como?

-Minha mãe... Ela... era uma.

-Vampira?

-Sim.

-Como... Impossivel.

Isso era impossível! Vampiros não se reproduzem assim! Senti o suar começar a banhar minha face.Não sei o motivo de tanto nervosismo, mas eu estava quase em pânico.

-Não, não é... – Ela disse sorrindo. – Mas, creio que não vai querer saber disso.

-Aí é que se engana, diga-me: Como?

Ela sorriu sarcasticamente.

-Minha mãe era uma... – Ela pensou na discrição que me daria. – Vampira diferente. Os créditos de tudo isso vão para seu amigo: Armand.

-Armand?

-Sr Lestat, não posso falar mais...

-Diga, estamos a sós.

-Não posso... Perdoe-me... E... já está tarde.

Eu odiava concordar, mas eram mais de 3:00 da manhã, senti uma pontada, não queria deixá-la, queria descobrir mais sobre ela, sobre essa nova espécie de vampiro.

-Vá Lestat... – Ela disse com uma voz mais doce do que de costume.

Balancei a cabeça e fui em direção da janela, senti sua pequena mão segurando no meu braço rígido.

-Desculpe Lestat, mas não posso. – Ela disse com o olhar fixo no meu.

Algo, não saberei dizer-lhes o que, mas algo me fez arrepiar e sorri.Virei para ela e me inclinei levemente para sua direção, admirava seu rostinho liso e rosado, seus olhos arredondados, seus cílios compridos, seus lábios pequenos... Como ela podia ser assim tão encantadora, sem ser dotada de uma beleza chamativa?Talvez fosse seu olhar de mulher... Não sei. Aproximei meu rosto do dela ao ponto de poder sentir seu calor em minha pele fria, quase ardia aquele seu calor... Ela se esticou, seus lábios agora roçavam nos meus, mais uma vez aquela troca de calor, meus lábios frios como gelo rosando naqueles lábios jovens... Fechei os olhos, e sentia a sensação aumentar, me lembrei de quando era jovem, e deitava-me com as jovens da vila atrás da igreja, a sensação era parecida, embora milhares de vezes melhor... O ato do sexo não se comparava aquilo.

-Seja... minha. – Essas palavras saltaram da minha boca, sem que eu ao menos pensasse.

Ela sorriu maliciosamente.

Ela passou seus dedos delicados sobre meu pescoço, fazendo-me arrepiar...

-Como disse... está tarde...

E dizendo isso, o doce calor de seus lábios se distanciou dos meus, e ela os dirigiu para o meu pescoço, onde abaixando a gola da camisa, me mordeu... Gemi.É, eu gemi... Quem era aquele? Era realmente eu quem gemeu? Era realmente o vampiro Lestat? Não sei, apenas sei que senti uma vontade louca de possuí-la para mim, mas não o fiz.

Ela sorriu e novamente deitou-se na cama e eu fui embora.

Ao sair a casa de minha “pequena boneca” ouvi um ruído vindo de minha direita, e ao virar meu rosto para a direção de onde vinha, vi um vulto.

Percebi que não era humana pela agilidade que se movia, sabia que era outro vampiro, e aquilo nada me agradava.

Corri atrás do vulto, que logo pulou o muro da casa, e continuou correndo, o segui até ele parar, foi aí que me surpreendi.

Notei, dessa vez com certeza que era um vampiro, isso me enciumou. Outro vampiro na casa de Ammy? Nunca? Eu não permitiria!

-Vá embora Lestat. – Disse o vampiro parado em minha frente, sua voz era de fato muito conhecida.

E o vampiro virou para mim, pude ver seu rosto infantil e seus cabelos ruivos. Sem duvida: Era Armand.Ele estava irritado, em posição de ataque com as presas á mostra.

-Armand?

-Vá embora Lestat! – Ele gritou.

-O que ouve?

-Nada que deva saber, escute o que digo se afaste dela!

-Não. – Respondi calmamente.

Eu nunca me afastaria de Ammy e também nunca aceitaria o jeito como ele falava comigo, aquilo me irritava, muito.

Ele baixou a guarda e aproximou-se de mim.

-Lestat, saia de perto dela.

-Dê-me um bom motivo para que eu pense em lhe obedecer.

-Ammy é muito mais do que aparenta.

-Isso eu já notei sozinho, obrigado.

Armand ficou em guarda novamente, de um modo que me lembrava muito uma leoa em sua caçada.

-Lestat, se preza por essa sua existência... Vá embora...

Senti um ódio pulsar dentro de mim, ele falava com desdém.Sem pensar eu envesti em Armand como um cão raivoso, estava pronto para rolarmos em uma briga mortal ( mortal? Mas imortais não morrem certo?), ou quase isso; mas me surpreendi quando caí em cima do concreto da calçada... Armand havia desaparecido.

Senti um súbito ódio tomar conta de mim, eu necessitava saber mais sobre ela! Eu necessitava!